Palmas-TO, 23 de abril de 2024

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Bolsas do CNPq poderão ter primeiro reajuste em oito anos

Atualizado em: 22/09/2021 09h22

O Conselho Deliberativo (CD) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) deve definir até dezembro uma nova redistribuição de recursos para bolsas de estudos e fomento à pesquisa no País, com a possibilidade de reajuste dos valores atuais. O assunto foi discutido na última reunião do Conselho, realizada na semana passada.

Um reajuste dos valores surgiu no horizonte como resultado da liberação dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). São mais de R$ 5 bilhões que ficaram presos em reserva de contingência pelo Ministério da Economia e que agora — graças à luta da Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC), a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e outras entidades científicas e acadêmicas junto ao Congresso Nacional — começaram a ser liberados.

Um estudo apresentado durante a reunião por Odir Antônio Dellagostin, presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), apontou uma defasagem acumulada de 60% desde o último reajuste em 2013. Para recuperar essa perda, calcula Dellagostin, seria necessário aumentar as bolsas de mestrado dos atuais R$ 1.500 mensais para R$ 2.400 e as de doutorado de R$ 2.200 para R$ 3.520.

Isso exigiria uma ampliação de quase R$ 600 milhões no orçamento do CNPq e R$ 1,3 bilhão no da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), ligada ao Ministério da Educação. Dellagostin reconhece que o “momento é difícil” para uma revisão desse porte no caixa das agências. “Mas precisamos pautar e debater esse assunto, para mudar essa realidade”, reiterou o presidente do Confap.

Os membros do CD discutiram como distribuir um orçamento escasso. “Precisamos de mais recursos para evitar essa queda (do número de bolsas) dos alunos atendidos, porque o sistema continua crescendo e as bolsas não”, comentou Dellagostin. “Mas nós precisamos muito recuperar o valor das bolsas que não são mais atrativas, não conseguem mais captar alunos porque eles não têm condições de se manter com esse valor”, completou. (com informações do Jornal da Ciência)