Palmas-TO, 23 de abril de 2024

WebMail

Empresas precisam expandir investimentos em inovação, defende presidente da Finep

Atualizado em: 15/06/2018 16h37

Aumentar a participação do setor privado nos investimentos em ciência, tecnologia e inovação é um dos desafios a serem enfrentados para que o Brasil se transforme num player internacional no setor. O assunto foi debatido no 3º Seminário sobre Diplomacia e Inovação Científica e Tecnológica, evento promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE) nesta terça-feira (12) em Brasília.

Os dados mais recentes da Pesquisa de Inovação (Pintec), produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o Brasil investe 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em ciência, tecnologia e inovação, sendo que o poder público é responsável por 0,9%. Na avaliação do presidente da Empresa Brasileira de Inovação e Pesquisa (Finep), Marcos Cintra, a alocação de recursos feita pelo Estado está em seu limite. Agora, é preciso convencer a iniciativa privada a elevar sua participação. Ele citou a Coreia do Sul como exemplo a ser seguido.

“Atingimos o nosso limite, e o setor privado ainda não responde a esse investimento. Estamos em um patamar semelhante ao da Coreia em termos de investimento público em ciência, tecnologia e inovação. A diferença é que, lá, para cada unidade monetária investida pelo Estado, o setor privado investe outras quatro. Há uma série de fatores que levam a esse cenário que vivemos, e nosso desafio é conseguir superá-los para podermos nos desenvolver”, apontou.

A realidade no México é similar, de acordo com relato do embaixador daquele país no Brasil, Salvador Arriola. O governo mexicano aloca 75% do total investido pelo país em ciência e tecnologia, valor que chega a apenas 0,57% do PIB local. A saída, segundo ele, é o desenvolvimento de mecanismos para estimular aplicações do setor privado. Arriola também sugeriu a colaboração da Finep para a criação de um banco público voltado ao fomento de ciência, tecnologia e inovação.

“Temos o mesmo problema que vocês, porque o governo investe um percentual muito grande de tudo o que é destinado à ciência, tecnologia e inovação. Acredito que podemos melhorar essa balança criando um banco de fomento a esse setor, nos moldes de atuação da Finep. Acredito que há um potencial de grande sucesso, se seguirmos por esse caminho. Por isso, peço que a Finep nos ajude nesse sentido, com seu conhecimento adquirido, porque teremos muito sucesso com essa parceria entre nossos países”, afirmou o embaixador mexicano.

Recursos humanos

Para a diretora-executiva da Swissnex Brazil, Maria Conti, a formação de recursos humanos deve ser voltada para o atendimento das necessidades do setor produtivo local. Ela ressaltou que, na Suíça, há um direcionamento para os jovens nas universidades, de modo que eles possam ocupar postos no setor privado quando deixam os bancos escolares. Segundo Maria Conti, isso resolve, de uma vez, a necessidade de mão de obra especializada e a colocação profissional dos jovens. A suíça acredita que um sistema semelhante pode ser adotado no Brasil, por meio dos institutos federais de educação, ciência e tecnologia (IFs).

“Temos um sistema universitário voltado para atender as necessidades do setor produtivo. Atualmente, 12 universidades de ponta estão atuando nesse modelo, e isso tem se revertido em resultados importantes para nosso país. E o Brasil pode atuar assim por meio dos IFs, porque eles têm capilaridade em todo o país e podem atender às demandas locais. Há cursos profissionalizantes e de pós-graduação sendo desenvolvidos nessas unidades que podem ter uma parcela importante para expandir esse modelo”, destacou.

Atualmente, o Brasil conta com 644 campi de IFs instalados por todos estados brasileiros e o Distrito Federal.

Fonte: MCTIC